quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

RESUMO FEUDALISMO

-         O feudalismo teve origem com a queda do Império Romano, com as invasões bárbaras.
-         São características do feudalismo: preservação da religião católica, agricultura de subsistência, poder descentralizado. Servos, clero e nobres formavam a sociedade feudal.
-         Os servos não eram escravos, mas estavam ligados a terra do seu senhor feudal.
-         Havia no feudalismo o Sistema Rotativo de Plantio: existia a troca de produto a ser plantado a cada safra e sempre um pedaço de terra ficava em repouso.
-         No feudalismo a sociedade estava dividida em classes: clero, nobres e servos.
-         As grandes propriedades de terras que pertenciam aos nobres eram chamadas de feudos.
-         Os senhores feudais tinham que dar proteção aos servos que pagavam com produtos por ela e por tudo o que usavam no feudo.
-         Os feudos produziam tudo o que precisavam, eram então auto-suficientes, com isso o comércio e as cidades praticamente desapareceram.
-         A Igreja Católica era também proprietária de feudos e explorava os servos. Ensinava que nada no mundo podia ser mudado, essa era a vontade de Deus.
-         Na Idade Média ocorreram muitas revoltas servis.
-         A vida dos servos era muito difícil e eles obedeciam aos nobres porque tinham medo de serem punidos.
-         Os nobres não trabalhavam, viviam muito bem em seus castelos, boa comida, festas, viagem e caçadas.
-         O feudo era formado por castelos, casas dos servos, uma igreja, plantações, criação de animais, pastagem e florestas.
-         Suserano era um nobre que cedia parte de suas terras a outro nobre que se tornava seu vassalo e lhe devia ser fiel.
-         Com o feudalismo as pessoas abandonaram as cidades e foram morar nos feudos. Chamamos esse processo de ruralização.
-         Os monges católicos preservaram a cultura dos gregos e romanos através da cópia de suas obras.

MENTALIDADE RENASCENTISTA

Muitos intelectuais (filósofos, historiadores, cientistas, escritores, artistas) não fazem parte da Igreja. Podem até ser católicos, mas não são membros do clero. Sua obra está ligada à vida ativa e variada das cidades.

A invenção da imprensa (Gutenberg, 1454) torna os livros mais baratos e populares. Cresce o número de pessoas alfabetizadas e se difunde a cultura escrita.

Antropocentrismo: "O ser humano no centro das atenções". Valorização da vida terrena. Os palácios dos reis e dos nobres podem ser tão grandiosos quanto as igrejas. Além das cenas religiosas, os pintores retratam cenas de batalhas, de trabalho, objetos, pessoas.

A verdade sobre a natureza deve ser obtida por meio da experiência e da observação, guiadas pela uso da razão (do raciocínio).
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O homem é a mais perfeita das criaturas de Deus ("feito à Sua imagem e semelhança"), capaz de fazer coisas maravilhosas: máquinas, prédios, viagens de descobertas, pinturas, estudos sobre a natureza...

O renascentista continua cristão. Mas considera que a vida material terrena também é muito importante.

Os fenômenos da natureza devem ser explicados pela própria natureza.

Conhecer a natureza para melhor dominá-la.

O homem faz parte da natureza. Conhecer a natureza é também conhecer o próprio homem. Daí o gosto dos artistas e dos homens de ciência pelo corpo humano.

Estudos dos intelectuais humanistas. Criticam a filosofia escolástica ("dogmática") e a cultura medieval ("que não reconhece a dignidade do homem").Admiração pela Antiguidade clássica (Grécia e Roma).

Separação entre a fé e razão. A fé deve prevalecer no sentimento religioso, mas a razão deve ter prioridade sobre a fé quando o assunto é o estudo da natureza.


MENTALIDADE MEDIEVAL

Idéias ligadas ao domínio cultural da Igreja Católica da época.

Apenas uns poucos padres e monges sabem ler e escrever livros, que são feitos à mão. A cultura não é escrita.

Teocentrismo: "Deus é o centro de tudo". A vida cultural está ligada ao cristianismo. As obras de arte e os livros mais importantes tratam de temas religiosos, o prédio mais destacado de uma cidade era a igreja.

A verdade deve ser encontrada nas tradições da sociedade medieval, no que estava dito na Bíblia, na autoridade da Igreja, e dos autores antigos e consagrados (Aristóteles, São Tomás de Aquino etc.).

O ser humano é visto com certo desprezo porque é um pecador. Por isso as pessoas devem aceitar resignadamente o sofrimento : merecemos sofrer porque somos pecadores.

A vida material é pouco importante. O que é preciso é a salvação da alma.

Tudo o que acontece na natureza deve ser explicado pela vontade direta de Deus.

As pessoas devem se conformar com o mundo tal como ele é porque foi Deus que o fez assim. A única grande mudança será o Apocalipse.

Devemos conhecer o mundo para admirar a obra de Deus e louvá-Lo.

A natureza é fonte de pecado. Devemos ficar afastados dela para fugir das tentações.

Visão de mundo baseada na filosofia escolástica, especialmente nas idéias do grego Aristóteles adaptadas ao cristianismo por Tomás de Aquino.

A razão (capacidade humana de pensar) deve estar subordinada à fé.

A BOMBA DE HIROSHIMA

           
          Para os que lá estavam e sobreviveram, a lembrança do instante em que o homem, pela primeira vez desencadeou contra si mesmo as forças naturais de seu universo é de um relâmpago de outra luz, ofuscante e intensa, mas de uma terrível beleza e variedade. Se houve algum som, ninguém ouviu.
            O relâmpago inicial gerou uma sucessão de calamidades. Primeiro veio o calor. Durou apenas alguns instantes, mas foi de tal intensidade que derreteu os telhados, fundiu os cristais de quartzo nos blocos de granito, chamuscou os postes telefônicos em uma área de três quilômetros e incinerou os seres humanos que se achavam nas proximidades, tão completamente que nada restou deles, a não ser suas silhuetas, gravadas a fogo no asfalto das ruas ou das paredes de pedra.
            Depois do calor veio o deslocamento de ar, varrendo tudo ao seu redor com a força de um furacão soprando a 800 quilômetros por hora. Em um circulo gigantesco de mais de três quilômetros, tudo foi reduzido a escombros.
            Em poucos segundos o calor e o vendaval ateiam milhares de incêndios. Em alguns pontos, o fogo parecia brotar do próprio chão, tão numerosas eram as chamas tremulares geradas pela irradiação do calor.
            Minutos depois da explosão começou a cair uma chuva estranha. Suas gotas eram grandes e negras.
            Esse fenômeno aterrador resultava da evaporação da umidade da bola de fogo e de sua condensação em forma de nuvem. Á medida que a nuvem, formada de vapor de água e pelos escombros pulverizados de Hiroshima, atingia o ar mais frio das camadas superiores, condensava-se caindo sob a forma de chuva negra que não apagava os incêndios, mas aumentava o pânico e a confusão.
            Depois da chuva, veio o vento – o grande vento de fogo -, soprando em direção ao centro da catástrofe e aumentando a violência a medida que o ar de Hiroshima ficava cada vez mais quente. O vento era tão forte que arrancava  as arvores enormes dos parques onde se abrigavam os sobreviventes. Milhares de pessoas vagavam ás cegas e sem outro objetivo a não ser fugir da cidade de qualquer maneira. Ao chegarem aos subúrbios, eram tomadas, a principio, por negros e não japoneses, tão enegrecidos estavam. Os refugiados não conseguiram explicar como foram queimados. “Vimos um clarão”, contavam, “ e ficamos assim”.

                        (FARIA, Ricardo et  al. Construindo a história. V. 3. São Paulo: p.310)